Foto: Gabriele Bordin (Diário)
Quem passou pelo Centro de Santa Maria na manhã desta sexta-feira já notou a 2º quadra da Bozano diferente: sem cores e floreiras. É que, após o anúncio do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) de que o projeto Re.Viva Bozano foi cancelado, a pintura e as floreiras feitas com blocos de cimento foram removidas.
O trânsito ficou interrompido desde as primeiras horas da manhã, e os trabalhos foram concluídos no início da tarde. Conforme a prefeitura, já está disponível o estacionamento da Zona Azul, entre a Floriano Peixoto e a Serafim Valandro. O parklet da loja Eny seguirá no local.
PROJETO POLÊMICOFoto: Renan Mattos (Diário)
Desde abril, quando houve a colocação e a pintura de floreiras, além da pintura do meio-fio, o Re.Viva Bozano foi alvo de críticas da comunidade santa-mariense.
Lojistas da quadra chegaram a afirmar que as vendas caíram 50% após a proibição de estacionar no trecho. Entretanto, o presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa, afirma que não se pode creditar toda culpa à prefeitura.
A questão estética também foi um dos maiores alvos de comentários negativos. Nas redes sociais, a foto do local revitalizado chegou a virar memes.
IDEIA ERA DAR MOBILIDADE AOS PEDESTRESFoto: Divulgação
Projeto foi selecionado por meio de uma votação na internet
O projeto foi apresentado pela prefeitura em agosto de 2018 no Fórum das Entidades Empresariais pelo presidente do Instituto de Planejamento (Iplan), Daniel Pereyron, e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Ewerton Falk. A série de mudanças estavam de acordo com apontamentos do Plano Diretor de Mobilidade Urbana e envolveria outras ruas, como a do Acampamento e a Avenida Rio Branco, por exemplo. A ideia de usar pinturas e colocação de floreiras foi para poupar milhões de reais aos cofres públicos, inspirados em projetos que já existem em Fortaleza e São Paulo.
A partir de um dia de workshops, os interessados em sugerir projetos entregaram as propostas. Depois de uma votação popular na internet, a ideia vencedora (foto acima) foi de estudantes do 6º semestre de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Franciscana (UFN).
Desde o início, a prefeitura já afirmava que a mudança, por não envolver obras, poderia ser revertida a qualquer momento.
- A parte inteligente do projeto é que ele é efêmero e poderá ser desfeito a qualquer momento se a população não se adaptar, por exemplo, e tudo poderá voltar a ser rua novamente. E se um dia tiver os recursos para fazer o projeto como foi pensado lá em 2012, com nivelamento da calçada, por exemplo, ele terá servido para ver se houve erros e como corrigi-los - afirmou o presidente do Instituto de Planejamento (Iplan), Daniel Pereyron, na época.